terça-feira, 8 de abril de 2008

A mulher do inventor

Quando acordei, você acordou comigo.
Estava distante, mas mesmo assim acordou comigo.
Isso claro, depois de ter passado a noite inteira comigo.
Havia passado o dia todo também.
No trabalho. No almoço. No cigarro e no café.
Só você.
Comigo você ria das piadas.
Comigo andava de mãos dadas.
Íamos e íamos e íamos...
Eu te vigiava e sentia ciúmes de outros caras;
feliz. Pois você estava comigo. E no meu jeito de você estar comigo,
não havia viva alma que oferecesse perigo.
Só comigo você andava. E só em mim você vivia.

Não.

Não estive um segundo sequer com você.
Eu não estou em você.
Você suga de minha vida a sua?
Já não sei se realmente ainda sou eu,
ou se já me transformei em você.
Não sei se você nasceu na minha imaginação;
ou se me transformei em você para me imaginar.
Eu estou em você.
Vivo.
Embotado da vida que lhe dei.
Absorvendo-a pra viver;
em mim.

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